Milhares de pinguins enfrentam desafios na busca por comida e temperaturas mais amenas
Milhares de pinguins enfrentam desafios na busca por comida e temperaturas mais amenas
Nessa época do ano, milhares de pinguins buscam o litoral brasileiro para fugir do frio no sul do continente. Mas a viagem deles tem sido cada vez mais difícil.
Para chegar até o litoral do Paraná, um pinguim-de-magalhães percorreu mais de 4 mil km. Eles têm esse nome em homenagem ao explorador português Fernão de Magalhães, que os avistou no século 16.
Durante o inverno, animais da espécie pinguim-de-magalhães saem da Patagônia, no Chile e na Argentina, e vem para o litoral brasileiro.
Como a viagem é longa, os animais perdem peso, ficam cansados e muitos param pelo caminho. O maior desafio dos pesquisadores é reduzir a mortalidade. Em julho, 52 pinguins encalharam no litoral do Paraná; 15 sobreviveram. A espécie também já começou a aparecer em outros estados. Em São Paulo - nas praias de Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela - chegaram 140 pinguins-de-Magalhães neste mês. Apenas 16 estavam vivos.
Os pinguins-de-Magalhães devem passar pelo litoral brasileiro até dezembro. É a época em que eles fazem o caminho inverso e retornam para a Patagônia.
"A primeira coisa que a gente pede é que as pessoas não tentem pegar os animais. Então, os animais, muitas vezes, são encontrados na praia tentando sair da água, e as pessoas tentam evitar que eles saiam. Então, deixar, dar espaço para o animal sair da água, para que ele possa descansar e evitar aglomerações em cima”, diz Carla Beatriz Barbosa, coordenadora do projeto no Instituto Argonauta.
O socorro aos pinguins encalhados de Santa Catarina ao Rio de Janeiro vem dos profissionais do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos. Eles avaliam e fazem a reabilitação dos animais. Como a espécie vive em bando, é preciso esperar que um grupo se recupere para que, então, eles sejam soltos no mar. Isso pode levar cerca de dois meses.
Segundo os pesquisadores, além do cansaço, muitos pinguins morrem por causa da ingestão de lixo ou pela presença de parasitas nos pulmões.
"Eles são muito relevantes para a natureza. Eles vão ser sentinelas para a gente contar o que está acontecendo com o ambiente natural e os ecossistemas. Esses animais são, na realidade, indicadores, que vão falar para a gente se a gente vai ter problemas futuros com recursos naturais pesqueiros ou não. Então, entender sobre os pinguins é entender também sobre como vão ser os próximos anos das vidas humanas aqui”, explica o médico veterinário Fábio Henrique de Lima.
LEIA TAMBÉM
Em dois dias, 29 pinguins são encontrados mortos em praias do Litoral Norte de SP; entenda motivos
Em uma semana, mais de 50 pinguins-de-Magalhães encalharam no litoral paranaense
Pinguim nada em mar cristalino do Leme, na Zona Sul do RioFONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/07/14/milhares-de-pinguins-enfrentam-desafios-na-busca-por-comida-e-temperaturas-mais-amenas.ghtml